terça-feira, 12 de abril de 2011

Clarice Lispector


De origem judaica, terceira filha de Pinkouss e de Mania Lispector. Sua família sofreu a perseguição aos judeus, durante a Guerra Civil Russa de 1918-1921. Nasceu em Chechelnyk, 10 de dezembro de 1920, enquanto sua família percorria várias aldeias da Ucrânia, antes da viagem de imigração ao continent americano. Chegou no Brasil quando tinha dois meses de idade. A família chegou a Maceió em março de 1922, sendo recebida por Zaina, irmã de Mania, e seu marido e primo José Rabin.
Clarice Lispector começou a escrever logo que aprendeu a ler, na cidade do Recife, onde passou parte da infância. Falava vários idiomas, entre eles o francês e inglês
Em 1967, em seu apartamento do Leme, no Rio, na madrugada de 14 de setembro, adormece fumando e, ao perceber o incêndio que isso provocara, tenta apagar o fogo com as mãos. Fere-se gravemente. Sua mão direita, a da escrita, fica muito prejudicada.
Em 22 de junho de 1968, participa, com inúmeros intelectuais, de uma manifestação contra a ditadura militar: a Passeata dos Cem Mil.
Foi hospitalizada pouco tempo depois da publicação do romance A Hora da Estrela com câncer inoperável no ovário, diagnóstico desconhecido por ela. Faleceu no dia 9 de dezembro de 1977, um dia antes de seu 57° aniversário. Foi enterrada no Cemitério Israelita do Caju, no Rio de Janeiro, em 11 de dezembro
 
Romance
Conto
Crônica
 
 Entrevistas
 
Literatura infantil
 
 
 
 
Obras póstumas
 
nColetâneas de contos, crônicas ou entrevistas organizadas e publicadas postumamente:
nA Bela e a Fera (1979) – reunião de contos inéditos escritos em épocas diferentes
nA Descoberta do Mundo (1984) – seleção de crônicas publicadas em jornal entre agosto de 1967 e dezembrode 1973
nComo Nasceram as Estrelas (1987) – contos infantis
nCartas Perto do Coração (2001) – cartas trocadas com Fernando Sabino
nAprendendo a Viver (2004) – seleção de crônicas publicadas em jornal entre agosto de 1967 e dezembro de1973
 
Felicidade clandestina
 
 
nNesta coletânea de 25 textos reúnem-se alguns contos e crônicas publicados nos livros A legião estrangeira, Para não esquecer e A descoberta do mundo. Temas caros ao universo clariceano estão presentes neste livro: a relação mágica com os animais, a descoberta do outro, as inúmeras possibilidades de se escrever uma história, a presença do inesperado no cotidiano previsível. Naqueles textos de cunho autobiográfico é possível flagrar, por exemplo, momentos da infância marcados pelos sentimentos mais diversos; da euforia das descobertas ao choque das frustrações, como em Restos do carnaval ou em Cem anos de perdão.

O mistério do coelho pensante
 
 
nÉ a história do coelho Joãozinho que fareja idéias com o nariz e adora fugir de sua casinhola todas as vezes que não há comida. A autora cria um suspense ao não revelar como um coelho tão gordo consegue fugir daquelas grades tão estreitas.
 
n
Estudo da obra A hora da estrela
 
 
O Enredo
 
Antes de iniciar este tópico, é preciso que saibamos que as obras de Clarice dificilmente têm um enredo, um começo, meio e fim, como os cânones narrativos tradicionais. A própria autora nunca soube explicar os seus processos de criação. “É um mistério”, dizia ela. “Quando penso numa história, eu só tenho uma vaga visão do conjunto, mas isso é coisa de momento, que depois se perde. Se houvesse premeditação, eu me desinteressaria pelo trabalho.” (CAMPADELLI & ABDALLA JR.). Mais do que histórias, os seus livros contêm impressões. Por isso, consciente de sua condição como (não-)escritora, Clarice dizia-se uma “sentidora, intuitiva”.
A Hora da Estrela foi o último livro da autora publicado em vida. O narrador do romance é Rodrigo S. M., escritor que ironiza, através de várias contínuas no texto, o estilo de narrativa que ele próprio utiliza. Dessa forma, ele se coloca como uma das personagens centrais do romance, já que dialoga o tempo todo com o leitor sobre o estilo de sua narrativa. Sua personagem-protagonista é Macabéa (Maca), alusão
 
irônica aos sete macabeus, personagens bíblicos. Após a morte de seus pais, quando tinha dois anos de idade, Maca fora criada por uma tia beata, a qual nela muito batia. “Acumula em seu corpo franzino, ‘herança do sertão’, todas as formas de repressão cultural, o que a deixa alheada de si e da sociedade. Dessa forma, segundo o narrador, ela nunca se deu ‘conta de que vivia numa sociedade técnica onde ela era um parafuso dispensável’”. (idem) De Alagoas, a protagonista muda-se para o Rio de Janeiro, onde passa a viver com mais quatro colegas de quarto (todas Marias) na rua do Acre. Trabalhava como datilógrafa, profissão da qual tinha muito orgulho. Era virgem, e nunca, até Olímpico de Jesus, possuíra um namorado. Este, também nordestino, procurava a ascensão social, assim como ela tinha o sonho de ser uma “estrela de cinema” (daí o título do livro). Por não terem a ambição em comum, Macabéa perde-o para sua amiga de trabalho (e única), Glória, a qual possuía os atrativos materiais que ele sonhava.
A busca de identidade da personagem-protagonista processa-se quando ela se observa diante do espelho. A primeira imagem que vê é a do autor, Rodrigo S. M., majestático e presente em todo o texto, moldando a personagem à sua imagem e solidão. Há, também, outras vezes em que Maca se olha no espelho. Em uma delas, assim que rompera com Olímpico, ela, diante do espelho, passa em seus lábios um batom vermelho como busca da identidade desejada: Marilyn Monroe, símbolo social e sexual inculcado pelas superproduções de Hollywood da década de 50. 
Por conselho de Glória, Macabéa vai procurar ajuda em uma cartomante, sendo esta a única vez em que se dera conta da vida medíocre que levava; fora preciso Madame Carlota dizer isso a ela. Reforçando a idéia de “nostalgia do futuro”, a vidente prevê que a vida da nordestina mudaria a partir do momento em que saísse de sua casa. Esta também foi a primeira vez em que Macabéa encorajou-se para ter esperança. Um homem estrangeiro, alourado, “de olhos azuis, ou verdes, ou castanhos, ou pretos” (p. 77) apareceria em sua vida, casar-se-ia com ela. Ironicamente, a protagonista sai da casa de Madame Carlota e é atropelada por um Mercedes Benz. Consolida-se a “hora da estrela” de cinema, quando ela vai ser “tão grande como um cavalo morto”: ferida, a personagem vomita uma “estrela de mil pontas”. Com ela, morre também o narrador, identificado com a escrita do romance, que neste instante se acaba.
 
Foco Narrativo
 
Dizer se o foco narrativo de A Hora da Estrela é em primeira ou terceira pessoa é uma questão não tão simples de ser respondida, já que é um dos pontos mais inovadores e estilisticamente extraordinários do livro. A autora inventa um narrador (que, portanto, é também uma personagem e se assume durante a narrativa como tal) para contar a história de Macabéa. Assim sendo, o narrador, apesar de fazer parte da história, não conta uma trama que acontecera com ele, e sim, com a sua personagem inventada, que poderia ser real. A narrativa desvenda a sua problemática interior e à medida que nos faz conhecer a protagonista, também nos mostra (e vai descobrindo) a sua própria identidade.
O enredo de A hora da Estrela não segue uma ordem linear: há flashbacks iluminando o passado, há idas e vindas do passado para o presente e vice-versa.
Além da alinearidade, há pelo menos três histórias encaixadas que se revezam diante dos nossos olhos de leitor:

1.  A metanarrativa - Esta é a narrativa central da obra: o escritor Rodrigo S.M. conta a história de Macabéa, uma nordestina que ele viu, de relance, na rua.
 
n2.  A identificação da história do narrador com a da personagem - Rodrigo S.M. conta a história dele mesmo: esta narrativa dá-se sob a forma do encaixe, paralela à história de Macabéa. Está presente por toda a narrativa sob a forma de comentários e desvendamentos do narrador que se mostra, se oculta e se exibe diante dos nossos olhos. Se por um lado, ele vê a jovem como alguém que merece amor, piedade e até um pouco de raiva, por sua patética alienação, por outro lado, ele estabelece com ela um vínculo mais profundo, que é o da comum condição humana. Esta identidade, que ultrapassa as questões de classe, de gênero e de consciência de mundo, é um elemento de grande significação no romance, Rodrigo e Macabéa se confundem.

3.  A vida de Macabéa - O narrador conta como tece a narrativa.

Narrador e protagonista, inseridos em uma escrita descontínua e imprevisível, permitem ao leitor a reflexão sobre uma época de transição, de incoerência, como um movimento em busca de uma nova estruturação da obra literária similar à insegurança, à ansiedade e ao sofrimento. O tema é oferecido, socializando a possibilidade de ruptura.
O narrador revela seu amor pela personagem principal e sofre com a sua desumanização, mas, também, com a própria tendência em tornar-se insensível.
O foco narrativo escolhido é a primeira pessoa. O narrador lança mão, como recurso, das digressões, o que, aspectualmente parece dar à narrativa uma característica alinear. Não se engane: ele foge para o passado a fim de buscar informações.
para morar, rua do Lavradio para trabalhar. Com a raridade de um galo ‘cocoricando’ de manhã e o cais do porto para espiar, no Domingo, um ou outro prolongado apito de navio cargueiro.” Assim, pode-se perceber os contrastes (não apenas sociais) existentes em metrópoles brasileiras e o desalento de um imigrante nordestino que busca uma vida melhor no sul também pela ambientação da narrativa.
As Personagens
Com um falso livre-arbítrio, o narrador da narrativa decide que serão “uns sete (...) e eu sou um dos mais importantes deles, é claro.” (p. 13)
nMacabéa: nordestina (alagoana) que migra para o Rio de Janeiro, é a protagonista da narrativa. Datilógrafa, “toda fome e deserto”, Macabéa (Maca, como o narrador passa a chamá-la no decorrer da história) tem o heroísmo dos seus irmãos bíblicos, os sete macabeus. Seu nome é grafado quase como escreve-se “maçã”, símbolo da tentação, só que, como não poderia deixar de ser, sem os adornos da palavra indicadora da fruta. A personagem principal do livro mal tem consciência de existir, mas tem um desejo: tornar-se estrela de cinema, e admira com certa dose de melancolia Marylin Monroe e Greta Garbo. No fim da trama, de certa forma, acaba conseguindo realizar o seu sonho: a hora da estrela condiz com o momento de sua morte. Dialogando intertextualmente com Os Sertões de Euclides da Cunha, a autora (ou o narrador?) chega a comentar que “o sertanejo é antes de tudo um paciente”(p. 79)
nOlímpico de Jesus: imigrante nordestino assim como Macabéa, Olímpico trabalhava como operário numa metalúrgica e dizia-se “metalúrgico”. Possuidor de um dente de ouro, o qual muito estimava por ser demonstrador de poder, sonhava em um dia ser deputado, mas seu desejo secreto era ser toureiro. Procurava ascensão social a qualquer preço, seja do roubo ou do crime de morte. “Para mim a melhor herança é mesmo muito dinheiro. Mas um dia vou ser muito rico, disse ele que tinha uma grandeza demoníaca: sua força sangrava.” Torna-se o namorado da protagonista no decorrer da trama.
nGlória: amiga de trabalho (e a única) de Macabéa, possuía todo o charme e “carnes” que a outra não tinha. “Carioca da gema” (razão forte pela qual Olímpico atrai-se por ela), rouba o namorado da amiga. Na página 59 do livro há uma ótima descrição desta personagem: “Glória possuía no sangue um bom vinho português e também era amaneirada no bamboleio do caminhar por causa do sangue africano escondido. Apesar de branca, tinha em si a força da mulatice. Oxigenava em amarelo-ovo os cabelos crespos cujas raízes estavam sempre pretas. Mas mesmo oxigenada ela era loura, o que significava um degrau a mais para Olímpico. (...) apesar de feia, Glória era bem alimentada. E isso fazia dela material de boa qualidade.”
“Glória roliça, branca e morna. Tinha um cheiro esquisito. Porque não se lavava muito, com certeza. Oxigenava os pêlos das pernas cabeludas e das axilas que não raspava. Olímpico: será que ela é loura embaixo também?” (p. 63)
nSeu Raimundo Silveira: chefe da firma de representante de roldanas, é o responsável pela demissão de Macabéa, pois ela errava demais na datilografia, além de sujar invariavelmente o papel.
nA tia: beata que cria Maca após a morte da mãe menina, quando tinha dois anos de idade. “Muito depois fora com a tia beata, única parenta sua no mundo. Uma outra vez se lembrava de coisa esquecida. Por exemplo a tia lhe dando cascudos no alto da cabeça porque o cocoruto de uma cabeça deveria ser, imaginava a tia, um ponto vital. (...) Batia mas não era somente porque ao bater gozava de grande prazer sensual — a tia não se casara por nojo — é que também considerava de dever seu evitar que a menina viesse um dia a ser uma dessas moças que em Maceió ficavam nas ruas de cigarro aceso esperando homem.” (p. 28)
nAs quatro Marias: Maria da Penha, Maria Aparecida, Maria José e Maria apenas eram as colegas de quarto da nordestina. Uma delas trabalhava vendendo produtos de beleza Coty.
nMadama Carlota: a cartomante que prevê o futuro reluzente de Maca. Trata-a com um carinho que ninguém jamais dirigiu à protagonista. “Era enxundiosa, pintava a boquinha rechonchuda com vermelho vivo e punha nas faces oleosas duas rodelas de ruge brilhoso. Parecia um bonecão de louça meio quebrado.”(p. 72). Durante a consulta, a cartomante comia um bombom atrás do outro compulsivamente. Trabalhara na zona e, sem poder ser diferente da realidade que conhecemos, sustentara um cafetão, a quem amava. Tornara-se cafetina quando começara a engordar e perder os dentes. O narrador coloca Madama Carlota como o ponto alto da existência de Macabéa, já que seria a informante do seu futuro, que mudaria (e realmente mudou) a partir do momento em que Maca saísse da casa da Madama
nO médico: procurado por Maca, quando, pela primeira vez na vida, fez a audácia de procurar um médico (barato) após o recebimento do salário. “Muito gordo e suado, tinha um tique nervoso que o fazia de quando em quando ritmadamente repuxar os lábios. O resultado era parecer que estava fazendo beicinho de bebê quando está prestes a chorar. (...) não tinha objetivo nenhum. A medicina era apenas para ganhar dinheiro e nunca por amor à profissão nem a doentes. Era desatento e achava a pobreza uma coisa feia. Trabalhava para os pobres detestando lidar com eles. Eles eram para ele o rebotalho de uma sociedade muito alta à qual também não pertencia. Sabia que estava desatualizado na medicina e nas novidades clínicas mas para pobre servia. O seu sonho era ter dinheiro para fazer exatamente o que queria: nada.” (ps.67, 68)
nO rico ocupante do Mercedez Benz: dono do carrão amarelo, alourado e estrangeiro, é quem vai realizar, de certa forma, as previsões de Madama Carlota.
nO narrador: também uma personagem, Rodrigo S. M., a questão do narrador será melhor discutida logo a seguir.
nO médico: procurado por Maca, quando, pela primeira vez na vida, fez a audácia de procurar um médico (barato) após o recebimento do salário. “Muito gordo e suado, tinha um tique nervoso que o fazia de quando em quando ritmadamente repuxar os lábios. O resultado era parecer que estava fazendo beicinho de bebê quando está prestes a chorar. (...) não tinha objetivo nenhum. A medicina era apenas para ganhar dinheiro e nunca por amor à profissão nem a doentes. Era desatento e achava a pobreza uma coisa feia. Trabalhava para os pobres detestando lidar com eles. Eles eram para ele o rebotalho de uma sociedade muito alta à qual também não pertencia. Sabia que estava desatualizado na medicina e nas novidades clínicas mas para pobre servia. O seu sonho era ter dinheiro para fazer exatamente o que queria: nada.” (ps.67, 68)
nO rico ocupante do Mercedez Benz: dono do carrão amarelo, alourado e estrangeiro, é quem vai realizar, de certa forma, as previsões de Madama Carlota.
nO narrador: também uma personagem, Rodrigo S. M., a questão do narrador será melhor discutida logo a seguir.
nO médico: procurado por Maca, quando, pela primeira vez na vida, fez a audácia de procurar um médico (barato) após o recebimento do salário. “Muito gordo e suado, tinha um tique nervoso que o fazia de quando em quando ritmadamente repuxar os lábios. O resultado era parecer que estava fazendo beicinho de bebê quando está prestes a chorar. (...) não tinha objetivo nenhum. A medicina era apenas para ganhar dinheiro e nunca por amor à profissão nem a doentes. Era desatento e achava a pobreza uma coisa feia. Trabalhava para os pobres detestando lidar com eles. Eles eram para ele o rebotalho de uma sociedade muito alta à qual também não pertencia. Sabia que estava desatualizado na medicina e nas novidades clínicas mas para pobre servia. O seu sonho era ter dinheiro para fazer exatamente o que queria: nada.” (ps.67, 68)
nO rico ocupante do Mercedez Benz: dono do carrão amarelo, alourado e estrangeiro, é quem vai realizar, de certa forma, as previsões de Madama Carlota.
nO narrador: também uma personagem, Rodrigo S. M.,
 
 
 

 

segunda-feira, 11 de abril de 2011

Monteiro Lobato



O maior escritor infantil brasileiro de todos os tempos, José Bento Monteiro Lobato, nasceu em 18 de abril de 1882, em Taubaté (SP). 
Cresceu numa fazenda, se formou em direito sem nenhum entusiasmo, já que sempre quis ser pintor! Desenhava bem!
Quando estudante, participou do grupo "O Cenáculo" e entre risadas e leituras insaciáveis, escreveu crônicas e artigos irreverentes. 
Em 1907 foi para Areias como promotor público, casou com Maria Pureza com quem teve três filhos.
Entediado com a vida numa cidade pequena, escreveu prefácios, fez traduções
Mudou para a fazenda Buquira, tentou modernizar a lavoura arcaica, e criou o polêmico "Jeca Tatu" .
Fez uma imensa e acalentada pesquisa sobre o SACI publicada no Jornal O Estado de São Paulo.
Em 1918 lançou, com sucesso, seu primeiro livro de contos URUPÊS.
Fundou a Editora Monteiro Lobato & Cia, melhorando a qualidade gráfica vigente, lançando autores inéditos e chegando à falência.
Em 1920 lançou A MENINA DO NARIZ ARREBITADO, com desenhos e capa de Volt olino, conseguindo sua adoção em escolas e uma edição recorde de 50.000 exemplares.
Fundou a Cia Editora Nacional no Rio de Janeiro. 
Foi convidado pra ser adido comercial em New York ficou, e ficou lá por 4 anos (de 1927 a 1931)
Fascinado por Henry Ford, pela metalurgia e petróleo. Perdeu todo seu dinheiro no crash da bolsa. 
Voltou para o Brasil, se jogou na Campanha do Petróleo, fazendo conferências, enviando cartas, conscientizando o país inteiro da importância do óleo.
Percebeu, então, o quanto era conhecido e popular. 
Participou da Editora Brasiliense
Morou em Buenos Aires, foi simpatizante comunista, escrevendo para crianças ininterruptamente e com sucesso estrondoso, traduziu muito e teve suas obras traduzidas.
Suas obras completas são constituídas por 17 volumes dirigidos às crianças e 17 para adultos englobando contos, ensaios, artigos e correspondência.
Morreu em 4 de julho de 1948 dum acidente vascular
Obras 

Obras para crianças 

Coleção Sítio do Pica-Pau Amarelo

 
1921 - O Saci
1922 - Fábulas
1927 - As aventuras de Hans Staden
1930 - Peter Pan
1931 - Reinações de Narizinho
1932 - Viagem ao céu
1933 - Caçadas de Pedrinho
1933 - História do mundo para as crianças
1934 - Emília no país da gramática 
1935 - Aritmética da Emília
1935 - Geografia de Dona Benta
1935 - História das invenções
1936 - Dom Quixote das crianças
1936 - Memórias da Emília
1937 - Serões de Dona Benta
1937 - O poço do Visconde
1937 - Histórias de Tia Nastácia
1939 - O Pica Pau Amarelo
1939 - O minotauro
1941 - A reforma da natureza
1942 - A chave do tamanho
1944 - Os doze trabalhos de Hércules (dois volumes)
1947 - Histórias diversas
  
Outros Livros infantis
  

 
1920 - A menina do narizinho arrebitado
1921 - Fábulas de Narizinho
1921 - Narizinho arrebitado 1922 –
1924 - A caçada da onça
1924 - Jeca Tatuzinho
1924 - O noivado de Narizinho
1928 - Aventuras do príncipe
1928 - O Gato Félix
1928 - A cara de coruja
1929 - O irmão de Pinóquio
1929 - O circo de escavalinho
1930 - A pena de papagaio
1931 - O pó de pirlimpimpim
1933 - Novas reinações de Narizinho
1938 - O museu da Emília
}
 
Reinações de Narizinho


“  Numa casinha branca, lá no Sítio do Picapau Amarelo, mora uma velha de mais de sessenta anos. Chama-se Dona Benta. Quem passa pela estrada e a vê na varanda, de cestinha de costura ao colo e óculos de ouro na ponta do nariz, segue seu caminho pensando:
-Que tristeza viver assim tão sozinha neste deserto...
Mas engana-se. Dona Benta é a mais feliz das vovós, porque vive em companhia da mais encantadora das netas - Lúcia, a menina do narizinho arrebitado, ou Narizinho como todos dizem. Narizinho tem sete anos, é morena como jambo, gosta muito de pipoca e já sabe fazer uns bolinhos de polvilho bem gostosos.
Nas casa ainda existem duas pessoas - tia Nastácia, negra de estimação que carregou Lúcia em pequena, e Emília, uma boneca de pano bastante desajeitada de corpo. Emília foi feita por tia Nastácia, com olhos de retrós preto e sobrancelhas tão lá em cima que é ver uma bruxa. Apesar disso Narizinho gosta muito dela; não almoça nem janta sem a ter ao lado, nem se deita sem primeiro acomodá-la numa redinha entre dois pés de cadeira.

 
Obras para Adultos: 

1918 - O Saci Pererê (Baseado num inquérito)
1918 - Urupês
1918 - Problema vital
1919 -  Cidades mortas
1919 - Ideias de Jeca Tatu
1920 - Negrinha
1921 - A onda verde
1923 - O macaco que se fez homem
1923 - Mundo da lua
1923 - Contos escolhidos
1924 - O garimpeiro do Rio das Garças
1926 - O choque
1927 - Mr. Slang e o Brasil
1931 - Ferro
1932 - América
1933 - Na antevéspera
1935 - Contos leves
1936 - O escândalo do petróleo
1940 - Contos pesados
1941 - O espanto das gentes
1943 - Urupês, outros contos e coisas
1944 - A barca de Gleyre
1947 - Zé Brasil
1947 - Prefácios e entrevistas
1948 - Literatura do minarete
1948 - Conferências, artigos e crônicas
1948 - Cartas escolhidas
1948 - Críticas e outras notas
1948 - Cartas de amor

Urupês


O livro “ Urupês” , é um livro de contos e alguns deles são:
 
Os faroleiros
Dois homens conversam sobre faróis, e um deles conta sobre a tragédia do Farol dos Albatrozes, onde passou um tempo com um dos personagens da trama: Gerebita. Gerebita tinha um companheiro, chamado Cabrea, que ele alegava ser louco. Numa noite, travou-se uma briga entre Gerebita e Cabrea, vindo este a morrer. Seu corpo foi jogado ao mar e engolido pelas ondas. Gerebita alegava ter sido atacado pelos desvarios de Cabrea, agindo em legítima pessoa. Eduardo, o narrador, descobre mais tarde que o motivo de tal tragédia era uma mulher chamada Maria Rita, que Cabrea roubara de Gerebita.
O engraçado arrependido
Um sujeito chamado Pontes, com fama de ser uma grande comediante e sarrista, resolve se tornar um homem sério. As pessoas, pensando se tratar de mais uma piada do rapaz negavam-lhe emprego. Pontes recorre a um primo de influência no governo, que lhe promete o posto da coletoria federal, já que o titular, major Bentes, estava com sérios problemas cardíacos e não duraria muito tempo. A solução era matar o homem mais rápido, e com aquilo que Pontes fazia de melhor: contar piadas. Aproxima-se do major e, após várias tentativas, consegue o intento. Morte, porém inútil: Pontes se esquece de avisar o primo da morte, e o governo escolhe outra pessoa para o cargo.
O mata-pau
Dois homens conversam na mata sobre uma planta chamada mata-pau, que cresce e mata todas as outras árvores ao seu redor. O assunto termina no trágico caso de um próspero casal, Elesbão e Rosinha, que encontram um bebê em suas terras e resolvem adotá-lo. Crescido o menino, se envolve com a mãe e mata o pai. Com os negócios paternos em ruína, resolve vendê-los, o que vai contra os gostos da mãe-esposa. Esta quase acaba vítima do rapaz e vai parar num hospital, enlouquecida


Influências 

Lobato ostensivamente revelava, em seus livros, as influências que recebeu diretamente dos autores de obras infantis, desde os fabulistas clássicos, como Esopo e La Fontaine, aos personagens dos desenhos animados que então surgiam nas telas do cinema, como Popeye e sua trupe, o Gato Félix e outros. 
As crianças do Sítio visitavam e eram visitados por todas personagens do imaginário literário, e Peter Pan convivia ao lado de figuras folclóricas, como o Saci, tudo isto permeado pela forte presença de uma característica então comum no meio rural: a tradição oral de "contar histórias" - e quase sempre é assim que Tia Nastácia e Dona Benta introduzem aos leitores, os novos assuntos que dão mote aos livros do autor.
Dentre os clássico explicitamente citados por Lobato, encontram-se Lewis Carroll, Carlo Collodi (criador do Pinóquio) e J. M. Barrie, além de outros que, presume-se, tenham-no influenciado diretamente, dadas as semelhanças, como L. Frank Baum (de O Mágico de Oz) e Wilhelm Busch.



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domingo, 10 de abril de 2011

Vanguardas européias


 
As vanguardas européias são os movimentos culturais que começaram na Europa no início do século XX, os quais iniciaram um tempo de ruptura com as estéticas precedentes, como o Simbolismo.
Nesse período, a Europa estava em clima de contentamento diante dos progressos industriais, dos avanços tecnológicos, das descobertas científicas e médicas, como: eletricidade, telefone, rádio, telégrafo, vacina anti-rábica, os tipos sanguíneos, cinema, RX, submarino, produção do fósforo. Ao mesmo tempo, a disputa pelos mercados financeiros (fornecedores e compradores) ocasionou a I Guerra Mundia.
O clima estava propício para o surgimento das novas concepções artísticas sobre a realidade. Surgiram inúmeras tendências na arte, principalmente manifestos advindos do contraste social: de um lado a burguesia eufórica pela emergente economia industrial e, de outro lado, a marginalização e descontentamento da classe proletária e a intensificação do desemprego (especialmente após a queda da bolsa de Nova Iorque em 1929).
O Brasil, por sua vez, passou de escravocrata para mão de obra livre, da Monarquia para República.
Os movimentos culturais desse período, responsáveis por uma série de manifestos, são: Futurismo, Expressionismo, Cubismo, Dadaísmo, Surrealismo, chamados de vanguardas européias.
“Vanguardas”, por se tratar de movimentos pioneiros da arte e da cultura e “européias” por terem origem na Europa. 
 
Futurismo
 
Como o próprio nome já diz, o Futurismo é a vanguarda européia com temática futurista, como a exaltação da tecnologia, da máquina, da indústria em geral.
Esse movimento é responsável por mais de trinta manifestos, com a primeira publicação em fevereiro de 1909, pelo autor Filippo Tommaso Marinett.
Esse manifesto, seguindo a ideologia futurista, apresenta temas que engrandece a vida moderna: o automóvel, a eletricidade, a velocidade, a máquina. Veja nos trechos do “Manifesto do Futurismo” de Marinetti:
“ Olhe-nos! Nós não estamos esfalfados...Nosso coração não tem a menor fadiga. Porque ele está nutrido pelo fogo., pelo ódio e pela velocidade!...Isso o espanta?”
“Nós queremos glorificar a guerra – única higiene do mundo -, o militarismo, o patriotismo, o gesto destrutor dos anarquistas, as belas idéias que matam, e o menosprezo à mulher.
Os manifestos traziam rompimento com a norma culta, com a gramática tradicional e apresentava versos livres e linguagem sem apego a normas.
Um dos manifestos futuristas, “Manifesto Técnico da Literatura Futurista”, propôs a “destruição da sintaxe”, a depreciação do adjetivo, advérbio e da pontuação. Por outro lado, apoiou a idéia de que os substantivos deveriam vir no texto ao acaso, conforme surgissem nos pensamentos. 
As idéias futuristas chegaram ao Brasil através do escritor Oswald de Andrade em sua viagem à Europa. Contudo, Andrade teve contato com o Futurismo antes da adesão de Marinetti, principal divulgador dessa vanguarda, à ideologia fascista. Oswald é, portanto, o escritor responsável pela introdução do ideário futurista no Brasil, porém, com uma denotação mais suave do que o original europeu. 
 
Cubismo
  
 

 
O Cubismo surge com o pintor francês Paul Cézanne que introduziu em suas obras a distorção nas formas e os formatos bidimensionais. Mas é em 1907, que o Cubismo é retratado com maior ênfase nas pinturas do principal representante deste movimento: Pablo Picasso, ao lado de Georges Braque. 
O quadro de Picasso intitulado pelo autor de “Demoiselles d’Avignon” retrata e prenuncia as características cubistas: formatos geométricos, sensação de pintura escultural e a superposição de partes de um objeto sob um mesmo plano. 
A pintura cubista destaca as formas geométricas como meio de expressão: cones, cilindros, esferas, pirâmide, prismas. Os formatos embasados na matemática geométrica possibilitam ao espectador a visualização espacial da imagem, ou seja, o objeto pode ser visto por ângulos diferentes
A literatura no Cubismo também retratou a fragmentação e a geometrização da realidade por meio da linguagem: as palavras são soltas e são dispostas no papel a fim de conceber uma imagem.
O Cubismo surgiu nos meios literários com o manifesto-síntese de Guillaume Apollinaire, em 1913. Apollinaire apoiava a destruição da sintaxe, assim como a vanguarda anterior (Futurismo) era a favor da invenção de palavras e de seu uso sem preocupações com normas, do verso livre e da abolição do lirismo (estrofe, rima). 
No Brasil, o Cubismo exerceu influência na década de 20 com Oswald de Andrade e na década de 60 com o Concretismo.
 
Dadaísmo
 
O Dadaísmo surge em meio à guerra, em 1916, do encontro de um grupo de refugiados (escritores e artistas plásticos) com o intuito de fazer algo significativo que chocasse a burguesia da época.
Este movimento é o reflexo da perspectiva diante das conseqüências emocionais trazidas pela Primeira Guerra Mundial: o sentimento de revolta, de agressividade, de indignação, de instabilidade.
O Dadaísmo é considerado a radicalização das três vanguardas européias anteriores: o Futurismo, o Expressionismo e o Cubismo. Os artistas desse período eram contra o capitalismo burguês e a guerra promovida com motivação capitalista. A intenção desta vanguarda é destruir os valores burgueses e a arte tradicional. 
A literatura tem como características: a agressividade verbalizada, a desordem das palavras, a incoerência, a banalização da rima, da lógica, do raciocínio. Faz uso do nonsense, ou seja, da falta de sentido da linguagem, as palavras são dispostas conforme surgem no pensamento, a fim de ridicularizar o tradicionalismo.
O próprio nome “Dadaísmo” não tem significado nenhum, provavelmente tem o intuito de remeter à linguagem da criança que ainda não fala.
Um dos principais autores e também fundador do Dadaísmo é Tristan Tzara, o qual ensina o seguinte a respeito do movimento:
 
Para fazer um poema dadaísta -
Pegue um jornal
Pegue a tesoura.
Escolha no jornal um artigo do tamanho que você deseja dar a seu poema.
Recorte o artigo.
Recorte em seguida com atenção algumas palavras que formam esse artigo e meta-as num saco.
Agite suavemente.
Tire em seguida cada pedaço um após o outro.
Copie conscienciosamente na ordem em que elas são tiradas do saco.
O poema se parecerá com você.
E ei-lo um escritor infinitamente original e de uma sensibilidade graciosa, ainda que incompreendido do público.
 
A linguagem dadaísta pretende anular qualquer barreira quanto a significações, pois o importante nas palavras não é seu significado, e sim sua sonoridade. O som é intensificado com o grito, o urro contra o burguês e seu apego ao capital.
No Brasil o Dadaísmo tem referência através do escritor Mário de Andrade em seu livro Paulicéia desvairada, no qual há um poema chamado “Ode ao burguês”. Já no prefácio do livro, o autor recomenda que só deveriam ler o referido poema os leitores que soubessem urrar. Veja um trecho do poema:  
Ode ao burguês
“Eu insulto o burguês! O burguês-níquel,  o burguês-burguês!
A digestão bem feita de São Paulo!
O homem-curva! o homem-nádegas!
O homem que sendo francês, brasileiro, italiano,
é sempre um cauteloso pouco-a-pouco! (...)” 
Mário de Andrade
 
Expressionismo
 
 
O Expressionismo surge em 1910, na Alemanha, como um modo de contradizer a maneira da arte impressionista expressar a realidade, a qual valorizava a pintura com traços e efeitos da luz do sol sob a imagem e a valorização das cores obtidas através da exposição solar.

Já a pintura expressionista busca a manifestação do mundo interior através das feições, é a materialização do sentimento do artista a respeito de algo vivenciado, sem a preocupação em embelezar a imagem.
As pinturas de Van Gogh foram precursoras deste movimento de expressão nítida da visão do artista ao perceber uma realidade. A exteriorização de sua reflexão refletida no seu modo peculiar do uso das cores foi fonte de inspirações para os pintores expressionistas alemães e austríacos, e até mesmo aos artistas do século XX, como Jackson Pollock.
 
Surrealismo
 
 

 
O Surrealismo surgiu na França, após a Primeira Guerra Mundial, em 1924, quando o Manifesto do Surrealismo foi publicado por André Breton, ex-integrante dos ideais do Dadaísmo. O manifesto trazia intrínseco concepções freudianas, ligadas à psicanálise e ao subconsciente. O próprio Breton assim denomina o Surrealismo: 
"SURREALISMO, s.m. Automatismo psíquico em estado puro mediante o qual se propõe exprimir, verbalmente, por escrito, ou por qualquer outro meio, o funcionamento do pensamento. Ditado do pensamento, suspenso qualquer controle exercido pela razão, alheio a qualquer preocupação estética ou moral." 
Alguns pintores também aderiram ao Surrealismo, como Salvador Dalí e René Magritte.
De acordo com os artistas surrealistas, a arte deve fluir a partir do inconsciente, sem qualquer controle da razão, o pensamento deve acontecer e ser expressado livre de qualquer influência exterior ou lógica. Está presente nas obras surrealistas: a fantasia, o devaneio e a loucura.  
As obras literárias seguiam o procedimento de que as palavras deveriam ser escritas conforme viessem ao pensamento, sem seguir nenhuma estrutura coerente.
Nas artes plásticas, o artista espanhol Salvador Dali foi quem mais externou o universo surrealista. São temas marcantes de sua obra: a sexualidade, a angústia, as frustrações, os traumas, a memória, o tempo, o sono, o sonho.
O Surrealismo divide-se em comunistas e não comunistas quando André Breton adere aos ideais marxistas.
 
Principais Artistas
FUTURISMO:
- Manifesto Técnico : O primeiro Manifesto do Futurismo - Felippo Tommaso Marinetti.

CUBISMO:
- Na pintura: Picasso, Braque, Juan Gris, Gleizes e Metzinger.
- Na literatura: Apollinaire
- Na literatura Brasileira: Memórias sentimentais de João Miramar - Oswald de Andrade. 
 
EXPRESSIONISMO:
- Selvagens --> Franz Marc, na Alemanha
- O Expressionismo na poesia - Kasimir Edschmid
- Na Literatura Brasileira: Eu - Augusto dos Anjos
- Na pintura brasileira: O Bobo - Anita Malfatti.

DADAÍSMO:
- Manifesto dadá : 1918: Tristan Tzara
- Receita Dadaísta Para Fazer um Poema : Tristan Tzara
- Na Literatura Brasileira: Manifesto Antropófago, e o poema "As quatro gares" - Oswald de Andrade;
Revista de Antropofagia - Antônio de Alcântara Machado e Raul Bopp 
 
SURREALISMO
- Manifesto Surrealista - André Breton
- Na pintura: Salvador Dali
- Na Literatura Brasileira: A pedra do sono - João Cabral de Mello Neto; Botafogo - Murilo Mendes; Poeminha Surrealista - Millôr Fernandes
  
Fonte : Movimentos da Vanguarda Européia - Lúcia Helena -Editora Scipione, 1993.
Língua, Literatura e Redação -- José de Nicola -- Editora Scipione, 1998
 
Grupo :
Diego Henrique , Italo Tadeu , Marco Túlio